Tour em 2016.
A última temporada foi intensa para o três vezes campeão mundial. Além de ter um encontro assustador com um grande tubarão-branco em Jeffreys Bay, Mick perdeu o irmão mais velho nos primeiros dias da janela de espera do Pipe Masters, etapa final do Tour. Com muita garra, o australiano chegou a disputar a competição, mas caiu diante de Gabriel Medina na semifinal e viu o título mundial escapar para o brasileiro Adriano de Souza.
O ano passado foi mesmo intenso – pelo que aconteceu em J-Bay, por estar numa corrida pelo título mundial e infelizmente perder o meu irmão”, diz Fanning. “Havia muito o que construir com tudo acontecendo. Cheguei a um ponto no fim do ano em que me senti vazio. Eu não sentia como se tivesse muito a retribuir.
Este ano, darei um tempo para ter um ano um pouco mais pessoal, continua o australiano.Apenas para me reorganizar e reacender a chama. Vou competir em Snapper, em Bells, e aí vou passar um tempo fora daqui. São dois eventos que eu adoro e ficaria louco se estivesse sentado em casa e não pudesse surfar Snapper. Bells é como uma segunda casa também. Daí em diante, sinto que tenho de levar um tempo longe do Tour para sair desse ambiente e ver onde a minha cabeça está, revelou o Top.
A decisão de surfar em apenas algumas etapas veio depois de uma longa discussão com familiares, amigos, patrocinadores e a World Surf League (WSL). “Quando veio a primeira decisão, liguei para Kieren (Perrow) e Paul Speaker e passei o que eu estava pensando para ver se estava tudo bem para eles”, conta Mick. É incrível como eles dois e toda a WSL têm sido solidários. Mesmo no ano passado, com todas as coisas acontecendo, eles foram as primeiras pessoas que chegaram para me apoiar e certificar de que estava tudo bem. Sou muito grato a eles por me darem essa oportunidade de ser seletivo com os eventos e ver onde estou.
Tenho a sorte de trabalhar com um grande número de pessoas de vários meios, e Mick Fanning é certamente um dos mais inspiradores”, diz Paul Speaker, CEO da WSL. Sua postura e caráter, mesmo em muitos cenários que complicariam a maioria das pessoas, são tremendos. Ele é uma pessoa muito especial e estamos aqui para apoiá-lo de qualquer forma que pudermos.
Mick falou também sobre o encontro assustador com o tubarão-branco em Jeffreys. “Quero voltar a J-Bay”, afirmou. “Sinto que há algo lá que me faz querer ir e encarar. Quero ter certeza de que deixei aquilo para trás. Acho que a principal coisa será o primeiro surfe. Eu provavelmente não irei mais me levantar no escuro e chegar lá antes do sol. Acho que o lance é ir lá e surfar uma ou duas vezes, e aí tudo estará bem. Foi a mesma coisa quando voltei e surfei em Snapper pela primeira vez. Você fica um pouco cauteloso e isso está em sua mente, mas chega um ponto em que você começa a se sentir à vontade novamente. Se eu for ao evento, haverá muita gente de olho em mim. Muitas pessoas verão a reação que eu terei”.
Com 15 anos no Tour, Mick Fanning acumula impressionantes 21 vitórias em etapas e três títulos mundiais. “Mick Fanning é uma das figuras mais empenhadas e inspiradoras que o nosso esporte tem a sorte de ter. Ele abriu o jogo sobre os seus sentimentos depois da temporada de 2015 e a comissão da WSL apoia totalmente que ele tenha um tempo para si mesmo este ano. Estamos ansiosos para vê-lo na etapa de abertura, em Gold Coast, e em alguns eventos ao longo do ano”, falou Kieren Perrow, comissário da WSL.
Fonte: Waves terra.